domingo, 5 de abril de 2009

Êxodo

Eu acho engraçado, num tom meio irônico, essa crítica ao meu individualismo após tantos incentivos a formação da minha personalidade e minha opinião. Minha cabeça está confrontando com meus limites corporais, porém não físicos, e sim de idade. Sinto ferido meu direito de ir e vir. É realmente uma pena que esteja vendo apenas cara, não sabe o potencial que você mesmo disperdiça ignorando a explosividade e o estresse da adolescência. Como pode ser dependente um indivíduo capaz de tomar decisões de maneira racional ou sentimental? Qual é seu conceito de maioridade? De maturidade?
Não passa da antiga história de julgar o livro pela capa. É emperrar uma máquina em sua plena expansão. Nessa revolução intelectual, nesse contexto de mudanças do mundo, dos ideais, do certo e errado, tudo o que eu quero é o direito de pesquisar. Quero pesquisar minha vida, descobrir minha estética, a maneira de me expressar melhor, mas o lar doce lar parece um regime ditatorial de governo em total instabilidade. As vezes não sinto diferença, fechado em meu mundo, mas na hora de colocar tudo para fora, ou até mesmo de discordar, sinto a grande muralha me limitando, me vetando.
Descobri hoje que não tenho ambições em deixar um herdeiro nesse mundo, pois não há filho bem criado, nem gene diabólico, mas influências. O problema, e que não está tanto sob o nariz, é que influência sim tem limites, e não pode ser confundida com controle. Embora esteja cedo para planejar, e espero realmente que o amor me mude, não existe razão para arriscar. Sem esperanças de um futuro, nem melhor nem pior, nem um futuro, o mundo está morto por hoje. A noite apaga todos os remorsos e xingamentos, só que marcante é a angústia de talvez ter que reescrever tudo amanhã, como se hoje não servisse para nada, como se a experiência fosse retrocesso.

2 comentários:

Bruno Capelas disse...

Mano , cê brisa demais! :D
Mas tá certo esse lance das influências. Eu nunca vou deixar o meu filho sair sozinho com o tio Negão até ele ter 18. :D

Abração!

alinne.anno disse...

eu deixo! a não ser que você vire o MJ
não limitar os filhos, faze-los experimentar coisas novas.