Eu não durmo para ser poeta
Porque passo as noites pensando
Em como mudar o mundo
Respeitando os pobres
Eu faço sexo sem camisinha para ser poeta
Porque me cansam as rimas planas
E só nos corpos encontro a sinuosidade
Que preciso para te comover
Eu fumo para ser poeta
Pois os boêmios memoráveis
Além de sairem bem nas fotos
Não levavam uma vida de santo
Eu bebo para ser poeta
Pois por aguentar a vida
E elevá-la a tal complexidade
Poeta bom é poeta morto
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
Receita
Eu vou postar algo sem escrever previamente. Isso não é meu estilo, mas eu cansei de esperar acontecer alguma coisa muito diferente ou inspiradora para atualizar aqui.
Vou falar sobre o novo método de compor músicas que eu estou exercitando.
Chegue em casa, ouça Vines pra embarcar na viagem, feche os olhos e pense em tudo que você nunca parou pra pensar.
Agora implante aquelas imagens psicodélicas muito coloridas nas suas fotos favoritas, nos seus mundos favoritos.
Aumente sua música, a música que estiver saindo no momento.
Olhe para o relógio, espere a hora certa e pegue o violão.
Dê uma pitada de sentimentalismo, de angústias e de questões mal resolvidas.
Misture tudo em acordes deixando seus dedos trabalharem.
Pegue a caneta e a folha e misture todas as palavras num grande enigma.
Tudo pronto, chame seu pai pra ouvir, mande pra um amigo e deixe em repouso.
Depois que perceber que sua música parece com muitas outras que você já ouviu, engula tudo rapidamente e invente sua própria receita.
Vou falar sobre o novo método de compor músicas que eu estou exercitando.
Chegue em casa, ouça Vines pra embarcar na viagem, feche os olhos e pense em tudo que você nunca parou pra pensar.
Agora implante aquelas imagens psicodélicas muito coloridas nas suas fotos favoritas, nos seus mundos favoritos.
Aumente sua música, a música que estiver saindo no momento.
Olhe para o relógio, espere a hora certa e pegue o violão.
Dê uma pitada de sentimentalismo, de angústias e de questões mal resolvidas.
Misture tudo em acordes deixando seus dedos trabalharem.
Pegue a caneta e a folha e misture todas as palavras num grande enigma.
Tudo pronto, chame seu pai pra ouvir, mande pra um amigo e deixe em repouso.
Depois que perceber que sua música parece com muitas outras que você já ouviu, engula tudo rapidamente e invente sua própria receita.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Banza
Bati num monte onde não tem como passar
Tô no limite entre servir e saciar
Chego até a cair mas o chão é de flutuar
E a brisa em meus olhos não me deixa acordar
Quero mais é explodir sua cabeça
Pra que entre seus miolos a verdade traspareça
Difícil é esquecer as horas e as dispensas
O que importa é que você (me) esqueça
Voar nas águas, nadar no vento
Por que eu já abri mão de todos meus sentimentos
Ficar alerta, girar por dentro
Ainda dá tempo?
Tô no limite entre servir e saciar
Chego até a cair mas o chão é de flutuar
E a brisa em meus olhos não me deixa acordar
Quero mais é explodir sua cabeça
Pra que entre seus miolos a verdade traspareça
Difícil é esquecer as horas e as dispensas
O que importa é que você (me) esqueça
Voar nas águas, nadar no vento
Por que eu já abri mão de todos meus sentimentos
Ficar alerta, girar por dentro
Ainda dá tempo?
Com pré-refrão
Presas ou largas
Já são só fachadas
Se é pra viver
Quero disfrutar sobre a
Mesa empilhada
Letras rasgadas
Maquinalmente
Sem deteriorar...
Minha mente não sente
Apesar de lembrar do presente
Das sextas falsificadas
E nem é temente à entente
Passa suavemente por dentro
De sua armada
É clara a alusão
O futuro é a sensação
Cansei de escrever
Pra você que não vê
O som do luar
Permite esforçar
Minha mente não sente
Apesar de lembrar do presente
Das sextas falsificadas
E nem é temente à entente
Passa suavemente por dentro
De sua armada
É clara a alusão
O futuro é a sensação
Já são só fachadas
Se é pra viver
Quero disfrutar sobre a
Mesa empilhada
Letras rasgadas
Maquinalmente
Sem deteriorar...
Minha mente não sente
Apesar de lembrar do presente
Das sextas falsificadas
E nem é temente à entente
Passa suavemente por dentro
De sua armada
É clara a alusão
O futuro é a sensação
Cansei de escrever
Pra você que não vê
O som do luar
Permite esforçar
Minha mente não sente
Apesar de lembrar do presente
Das sextas falsificadas
E nem é temente à entente
Passa suavemente por dentro
De sua armada
É clara a alusão
O futuro é a sensação
Samba
É, você que dita o ritmo
Já não dá pra respirar
E amanhã não se saberá
Qual será a necessidade
Mesmo que seja só maldade
Pois já é de se arriscar
Se partires encha o copo
Se ficar é só tomar
Não se há de intercalar
As palavras podem te prender
Nunca é tarde pra perder
O que vale é festejar
Não diga que me ama pra me abandonar
Nem diga que não dá pra depois me provocar
Já não dá pra respirar
E amanhã não se saberá
Qual será a necessidade
Mesmo que seja só maldade
Pois já é de se arriscar
Se partires encha o copo
Se ficar é só tomar
Não se há de intercalar
As palavras podem te prender
Nunca é tarde pra perder
O que vale é festejar
Não diga que me ama pra me abandonar
Nem diga que não dá pra depois me provocar
domingo, 5 de outubro de 2008
Outro intervalo sem você
O vento vai batendo
E a cidade adormecendo
Eu paro pra pensar
Onde você poderia estar
Como ao meu lado
Com nossos átomos ligados
Somado ao seu olhar
À formar energia nuclear
O sol só nasceu
Pra você se produzir
Mas não te vejo aqui
O mundo só parou
Para eu te procurar
Como posso não achar
Se eu te esqueço
Em seguida você aparece
E a chama de seus olhos
Me ilumina, me aquece
Na escada, na sacada
Sua imagem me dispersa
E nas aulas eu me perco
Pensando em nossas conversas
O sol só nasceu
Pra você se produzir
Mas não te vejo aqui
O mundo só parou
Para eu te procurar
Como posso não achar
E a cidade adormecendo
Eu paro pra pensar
Onde você poderia estar
Como ao meu lado
Com nossos átomos ligados
Somado ao seu olhar
À formar energia nuclear
O sol só nasceu
Pra você se produzir
Mas não te vejo aqui
O mundo só parou
Para eu te procurar
Como posso não achar
Se eu te esqueço
Em seguida você aparece
E a chama de seus olhos
Me ilumina, me aquece
Na escada, na sacada
Sua imagem me dispersa
E nas aulas eu me perco
Pensando em nossas conversas
O sol só nasceu
Pra você se produzir
Mas não te vejo aqui
O mundo só parou
Para eu te procurar
Como posso não achar
Outra e mais outra e mais outra
É, difícil acreditar
Seu encanto acabou.
Dizer que eu te amava
Foi o que me restou.
Desci no seu metrô,
Eu fui te procurar.
Você sequer me ouviu
E eu me tornei palavras..........para você contestar!
Se odiasse nosso conto
Não devia me procurar.
Parece que seu beijo
Serviu só pra se apoiar
Virei a sua escada
Para um andar sem fim
E por mais que eu me esquive
Você vem pisar em mim
Não sei o que subiu a sua cabeça
Pra me descartar.
Você quer me corromper?
Me fazer acordar?
Você tem felicidade
Na ponta do seu nariz.
Correremos pela vida
E o final sempre é feliz........Não venha me falar..
Se odiasse nosso conto
Não devia me procurar.
Parece que seu beijo
Serviu só pra se apoiar
Virei a sua escada
Para um andar sem fim
E por mais que eu me esquive
Você vem pisar em mim
Seu encanto acabou.
Dizer que eu te amava
Foi o que me restou.
Desci no seu metrô,
Eu fui te procurar.
Você sequer me ouviu
E eu me tornei palavras..........para você contestar!
Se odiasse nosso conto
Não devia me procurar.
Parece que seu beijo
Serviu só pra se apoiar
Virei a sua escada
Para um andar sem fim
E por mais que eu me esquive
Você vem pisar em mim
Não sei o que subiu a sua cabeça
Pra me descartar.
Você quer me corromper?
Me fazer acordar?
Você tem felicidade
Na ponta do seu nariz.
Correremos pela vida
E o final sempre é feliz........Não venha me falar..
Se odiasse nosso conto
Não devia me procurar.
Parece que seu beijo
Serviu só pra se apoiar
Virei a sua escada
Para um andar sem fim
E por mais que eu me esquive
Você vem pisar em mim
Música sem nome ainda
Me atirei à sua entrada
E você pareceu nem se abalar
Sem perceber, seu contexto não vale mais
Os passos seguiram como tinha de ser
Estar, sem ver
Que a falsidade mora no seu capataz
Mas amor, me deixe a conduzir
Sabes que ao meu lado estará a rir
Das cicatrizes que já serão póstumas
Só então, fulvo irá transparecer
Um lindo arco-íris sobre você
Com borboletas próximas
O ocaso ao acaso nos presenteou
Com o esplendor
Com o avermelhado sol das noites de verão
Os anjos pararam de cantar
Ao observar
Do seu olhar o brilho das estrelas espelhar
Mas amor, me deixe a conduzir
Sabes que ao meu lado estará a rir
Das cicatrizes que já serão póstumas
Só então, fulvo irá transparecer
Um lindo arco-íris sobre você
Com borboletas próximas
E você pareceu nem se abalar
Sem perceber, seu contexto não vale mais
Os passos seguiram como tinha de ser
Estar, sem ver
Que a falsidade mora no seu capataz
Mas amor, me deixe a conduzir
Sabes que ao meu lado estará a rir
Das cicatrizes que já serão póstumas
Só então, fulvo irá transparecer
Um lindo arco-íris sobre você
Com borboletas próximas
O ocaso ao acaso nos presenteou
Com o esplendor
Com o avermelhado sol das noites de verão
Os anjos pararam de cantar
Ao observar
Do seu olhar o brilho das estrelas espelhar
Mas amor, me deixe a conduzir
Sabes que ao meu lado estará a rir
Das cicatrizes que já serão póstumas
Só então, fulvo irá transparecer
Um lindo arco-íris sobre você
Com borboletas próximas
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Conversa de sapatos e polo
-Gú, desce aí! Tô na porta da sua casa.
-Beleza cara, tô descendo.
-Hum, não sei por onde começar...
-Relaxa, não tenho prova amanhã, temos todo o tempo do mundo.
-Então tá certo! Eu queria te falar que eu resolvi descobrir a vida. Pode ser até arriscado tentar definir algo tão valioso para você, mas nesse último ano me bateram alguns flashes.
Tudo começou no fundo do posso, como todo final feliz. Resquícios de desamores, loucura incondicional e aquela típica vontade de acabar com tudo reinavam em minha cabeça. Seria eu? Seria ela? Seria o lugar? Alguém tem de ser culpado pelo sofrimento humano. Conseqüentemente, meus passos perderam a linearidade, fui corrompido pelos avanços tecnológicos e o ar de meus pulmões parecia estar sendo substituído por seu perfume.
Passado o auge da insanidade bateu aquela depressão secundária , quando você pensa em tudo que podia ter feito a mais, insistido (talvez), persuadido. Nesse momento já transferia todo o problema para mim: me faltava beleza, me faltava atitude, me faltava experiência...
Finalmente cheguei à terceira fase, a fase do “ela não me merece, eu sou perfeito e posso arranjar alguém melhor”, mesmo tendo certeza do contrário. Oh, que pensamento mais adulto. No final das contas os que amadurecem primeiro possuem as reações mais infantis.
E esse amor se foi, com ele meus dias de luta. Fui vítima da rotina, perdi a sensibilidade e cheguei à merda (a pouco estava reclamando do amor, agora reclamo de sua ausência). Alguns amigos sumiram, outros são pra sempre. A merda não é um lugar tão ruim, você pode ter uma vista muito boa de lá. Assim ampliei meu campo visual e de idéias. Sentei-me e resolvi traçar metas em um pedaço de papel, como uma espécie de contrato. A intenção foi boa, mas exagerei em não confiar nem em mim mesmo.
Aquela vida ingrata se tornava meu quebra-cabeça, era o início da nossa reconciliação. Talvez por compensação ou resistência ganhei uma namorada, minha família se estabilizou economicamente e sinto que sou feliz. Ou coisa importante foi dar valor à pessoa mais relevante e compreensível do mundo: eu. Não é egocentrismo, é que aprendi que sou feliz por mim mesmo.
A vida, essa sim é uma caixinha de sur...oops! Essa sim não sabe o que quer. É tão estúpida e enigmática que muitos se rendem. O que é fortemente necessário é alguém ao seu lado, que te fará entender que nenhum detalhe, nenhuma dor e nenhuma batalha são em vão.
-Mas onde é que eu encontro essa pessoa?
-Ela está sempre do seu lado.
-Onde?
-Beleza cara, tô descendo.
-Hum, não sei por onde começar...
-Relaxa, não tenho prova amanhã, temos todo o tempo do mundo.
-Então tá certo! Eu queria te falar que eu resolvi descobrir a vida. Pode ser até arriscado tentar definir algo tão valioso para você, mas nesse último ano me bateram alguns flashes.
Tudo começou no fundo do posso, como todo final feliz. Resquícios de desamores, loucura incondicional e aquela típica vontade de acabar com tudo reinavam em minha cabeça. Seria eu? Seria ela? Seria o lugar? Alguém tem de ser culpado pelo sofrimento humano. Conseqüentemente, meus passos perderam a linearidade, fui corrompido pelos avanços tecnológicos e o ar de meus pulmões parecia estar sendo substituído por seu perfume.
Passado o auge da insanidade bateu aquela depressão secundária , quando você pensa em tudo que podia ter feito a mais, insistido (talvez), persuadido. Nesse momento já transferia todo o problema para mim: me faltava beleza, me faltava atitude, me faltava experiência...
Finalmente cheguei à terceira fase, a fase do “ela não me merece, eu sou perfeito e posso arranjar alguém melhor”, mesmo tendo certeza do contrário. Oh, que pensamento mais adulto. No final das contas os que amadurecem primeiro possuem as reações mais infantis.
E esse amor se foi, com ele meus dias de luta. Fui vítima da rotina, perdi a sensibilidade e cheguei à merda (a pouco estava reclamando do amor, agora reclamo de sua ausência). Alguns amigos sumiram, outros são pra sempre. A merda não é um lugar tão ruim, você pode ter uma vista muito boa de lá. Assim ampliei meu campo visual e de idéias. Sentei-me e resolvi traçar metas em um pedaço de papel, como uma espécie de contrato. A intenção foi boa, mas exagerei em não confiar nem em mim mesmo.
Aquela vida ingrata se tornava meu quebra-cabeça, era o início da nossa reconciliação. Talvez por compensação ou resistência ganhei uma namorada, minha família se estabilizou economicamente e sinto que sou feliz. Ou coisa importante foi dar valor à pessoa mais relevante e compreensível do mundo: eu. Não é egocentrismo, é que aprendi que sou feliz por mim mesmo.
A vida, essa sim é uma caixinha de sur...oops! Essa sim não sabe o que quer. É tão estúpida e enigmática que muitos se rendem. O que é fortemente necessário é alguém ao seu lado, que te fará entender que nenhum detalhe, nenhuma dor e nenhuma batalha são em vão.
-Mas onde é que eu encontro essa pessoa?
-Ela está sempre do seu lado.
-Onde?
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Caminho Para Casa
Uma músicaa..
Todos parados parecem ninguém
Não uso a energia pois já não convém
O seu tarol me arranja um som
E a harmonia vem da percussão...do seu andar
Ver o sol amarelar
Antes de tudo me faz pensar
Que o tempo vai passando
E eu ainda tenho pressa...pra chegar
Se esses groovies não te encantam mais
Melhor tocar pra frente
Nossa música não tocará
Florir o céu de rosas
Pra ver-te olhar
Se as flores chorassem ao cair
O mundo estaria em lágrimas
Que enxaguariam os olhos
De quem parado...nos vê passar
Se esses groovies não te encantam mais
Melhor tocar pra frente
Nossa música não tocará
Florir o céu cinza de rosas
Pra ver-te olhar
Todos parados parecem ninguém
Não uso a energia pois já não convém
O seu tarol me arranja um som
E a harmonia vem da percussão...do seu andar
Ver o sol amarelar
Antes de tudo me faz pensar
Que o tempo vai passando
E eu ainda tenho pressa...pra chegar
Se esses groovies não te encantam mais
Melhor tocar pra frente
Nossa música não tocará
Florir o céu de rosas
Pra ver-te olhar
Se as flores chorassem ao cair
O mundo estaria em lágrimas
Que enxaguariam os olhos
De quem parado...nos vê passar
Se esses groovies não te encantam mais
Melhor tocar pra frente
Nossa música não tocará
Florir o céu cinza de rosas
Pra ver-te olhar
A Dança Das Borboletas
Há tempos queria escrever sobre uma cena que vi essa semana.
Como de costume das voltas para casa, algo está sempre diferente nas ruas, além das feições e das buzinas dos automóveis. Na verdade, os ares urbanos sopram cada vez mais gritos, que chamam pela liberdade, pela ajuda ou simplesmente para serem notados, porque, afinal, todos querem atenção.
Quando nascemos com alguma coisa importante já em mãos, ou nos pulmões, não sentimos com clareza seu poder vital, a mais pura utilidade de sua existência. A desvalorização pode pesar mais que a ausência. Em todo caso, o excesso do odor do lixo e a tristeza estampada nas nuvens foram os fatos que me chamaram a atenção, juntamente com a sensação de desequilíbrio. Foi então que percebi, aliás, a percebi.
Apareceu planando em um ritmo frenético, digno da mistura entre um triste sertanejo e um energético rock. Estava quebrando as barreiras da sensibilidade, fugindo de sua rotina, sua função. Seu destino já estava selado, mas aquela ação fracionária de tempo e repentina me despertou: mas por que a borboleta vai pousar no chão?
No fim não era pouso. O espanto foi maior. Foi a planagem para a morte. Mas antes do aquecimento global, da devastação da natureza e da idéia de que invadimos este mundo, me voltou a tal liberdade que os ventos tinham mencionado instantes antes. Cheguei a pensar que não haveria no planeta pior tragédia do que o corpo do inseto estirado ao chão, pois a imaginação nos permite voar e nossos pensamentos e opiniões são as asas. Se nos submetemos, não nos expressamos e nos conformamos, acabamos por planar em direção ao chão, à estabilidade. E ela de novo, a tão desejada liberdade, acaba se dispersando no ar. Dancemos como as borboletas, pois só o presente pode ser passado e futuro. Assim como não podemos parar de bater asas para não regressar no que já conquistamos, também não paramos porque um novo futuro vem com novas necessidades. Será que tudo isso foi planejado? De qualquer forma, se até o ambiente está se adaptando a nós, nós também conseguiremos.
Como de costume das voltas para casa, algo está sempre diferente nas ruas, além das feições e das buzinas dos automóveis. Na verdade, os ares urbanos sopram cada vez mais gritos, que chamam pela liberdade, pela ajuda ou simplesmente para serem notados, porque, afinal, todos querem atenção.
Quando nascemos com alguma coisa importante já em mãos, ou nos pulmões, não sentimos com clareza seu poder vital, a mais pura utilidade de sua existência. A desvalorização pode pesar mais que a ausência. Em todo caso, o excesso do odor do lixo e a tristeza estampada nas nuvens foram os fatos que me chamaram a atenção, juntamente com a sensação de desequilíbrio. Foi então que percebi, aliás, a percebi.
Apareceu planando em um ritmo frenético, digno da mistura entre um triste sertanejo e um energético rock. Estava quebrando as barreiras da sensibilidade, fugindo de sua rotina, sua função. Seu destino já estava selado, mas aquela ação fracionária de tempo e repentina me despertou: mas por que a borboleta vai pousar no chão?
No fim não era pouso. O espanto foi maior. Foi a planagem para a morte. Mas antes do aquecimento global, da devastação da natureza e da idéia de que invadimos este mundo, me voltou a tal liberdade que os ventos tinham mencionado instantes antes. Cheguei a pensar que não haveria no planeta pior tragédia do que o corpo do inseto estirado ao chão, pois a imaginação nos permite voar e nossos pensamentos e opiniões são as asas. Se nos submetemos, não nos expressamos e nos conformamos, acabamos por planar em direção ao chão, à estabilidade. E ela de novo, a tão desejada liberdade, acaba se dispersando no ar. Dancemos como as borboletas, pois só o presente pode ser passado e futuro. Assim como não podemos parar de bater asas para não regressar no que já conquistamos, também não paramos porque um novo futuro vem com novas necessidades. Será que tudo isso foi planejado? De qualquer forma, se até o ambiente está se adaptando a nós, nós também conseguiremos.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
As Palavras
Esse é o primeiro. Saiu da minha cabeça depois de passar o dia iludido tendo ao lado a pessoa amada. Mas só na volta para casa, quando eu percebi o que realmente estava me incomodando..
É Deus ou um deles! É aquela que faz sentir o arrepio de uma melancólica paixão. Às vezes surgindo das sombras e iluminando locais cujas lâmpadas davam a entender que não seriam trocadas, transparecendo esperanças passadas. Pode ser que se lembrem em um assobio, num pedido de esmola ou até no simples cantar do menor dos pássaros. Perseguição? Definitivamente não. Está mais parar um vício psicológico que não vem da primeira vez que você traga, nem do primeiro cheiro e nem mesmo da primeira imagem (ou impressão).
Da mesma convivência que surge a mesmice, surge a intriga - é tudo uma questão de tempo para enxergar, ou de estar usando os óculos certos. Vem à tona no refrão daquela música que você não consegue tirar da cabeça, que te segue todos os dias até sua casa (seu refúgio mental). Deparar-se todo dia seria uma tortura, por isso às vezes eu sumo. Eu testo outros sotaques, outros planos, faço o possível para não ficar mal falada. Sim, resolvi assumir que essa história é minha.
Hoje em dia é cada vez mais difícil arranjar uma moradia fixa, estar preso às origens e a ética pode ser meio limitante, mas o que importa é inovar. O vulgo esquecimento não me acomete, cansei de clamar pela eternidade. Tudo é eterno até você encontrar outro alguém.
Para mim, alguns livros já ficaram ultrapassados e alguns clássicos caíram em desuso. E não, não estou querendo ser intelectual, a arte aqui é a expressão e eu sou um mero peão de obra. A gente prolonga, a gente discute, a gente critica, mas sempre aprendemos mais com os exemplos do que com a teoria. Uma hora os por quês não farão mais sentido e seremos obrigados a aceitar mais as desculpas.
O que mais me orgulha é estar na ponta da língua dos grandes líderes e ver seus olhos se articulando continuamente da direita para a esquerda como se você não tivesse o que fazer ou com o que se preocupar. Não é pela fama, reconhecimento ou para adquirir habilidade, nada passa de um estudo para poder te alcançar. Dizer que um gesto vale mais é egoísmo, todo mundo alguma vez já quis ouvir um simples “eu te amo”. Usufrua de seus clichês e desvende-se, porque nem todo conto de fada tem um começo bonito.
É Deus ou um deles! É aquela que faz sentir o arrepio de uma melancólica paixão. Às vezes surgindo das sombras e iluminando locais cujas lâmpadas davam a entender que não seriam trocadas, transparecendo esperanças passadas. Pode ser que se lembrem em um assobio, num pedido de esmola ou até no simples cantar do menor dos pássaros. Perseguição? Definitivamente não. Está mais parar um vício psicológico que não vem da primeira vez que você traga, nem do primeiro cheiro e nem mesmo da primeira imagem (ou impressão).
Da mesma convivência que surge a mesmice, surge a intriga - é tudo uma questão de tempo para enxergar, ou de estar usando os óculos certos. Vem à tona no refrão daquela música que você não consegue tirar da cabeça, que te segue todos os dias até sua casa (seu refúgio mental). Deparar-se todo dia seria uma tortura, por isso às vezes eu sumo. Eu testo outros sotaques, outros planos, faço o possível para não ficar mal falada. Sim, resolvi assumir que essa história é minha.
Hoje em dia é cada vez mais difícil arranjar uma moradia fixa, estar preso às origens e a ética pode ser meio limitante, mas o que importa é inovar. O vulgo esquecimento não me acomete, cansei de clamar pela eternidade. Tudo é eterno até você encontrar outro alguém.
Para mim, alguns livros já ficaram ultrapassados e alguns clássicos caíram em desuso. E não, não estou querendo ser intelectual, a arte aqui é a expressão e eu sou um mero peão de obra. A gente prolonga, a gente discute, a gente critica, mas sempre aprendemos mais com os exemplos do que com a teoria. Uma hora os por quês não farão mais sentido e seremos obrigados a aceitar mais as desculpas.
O que mais me orgulha é estar na ponta da língua dos grandes líderes e ver seus olhos se articulando continuamente da direita para a esquerda como se você não tivesse o que fazer ou com o que se preocupar. Não é pela fama, reconhecimento ou para adquirir habilidade, nada passa de um estudo para poder te alcançar. Dizer que um gesto vale mais é egoísmo, todo mundo alguma vez já quis ouvir um simples “eu te amo”. Usufrua de seus clichês e desvende-se, porque nem todo conto de fada tem um começo bonito.
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