terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Condenação

Eu não durmo para ser poeta
Porque passo as noites pensando
Em como mudar o mundo
Respeitando os pobres

Eu faço sexo sem camisinha para ser poeta
Porque me cansam as rimas planas
E só nos corpos encontro a sinuosidade
Que preciso para te comover

Eu fumo para ser poeta
Pois os boêmios memoráveis
Além de sairem bem nas fotos
Não levavam uma vida de santo

Eu bebo para ser poeta
Pois por aguentar a vida
E elevá-la a tal complexidade
Poeta bom é poeta morto

domingo, 7 de dezembro de 2008

Receita

Eu vou postar algo sem escrever previamente. Isso não é meu estilo, mas eu cansei de esperar acontecer alguma coisa muito diferente ou inspiradora para atualizar aqui.
Vou falar sobre o novo método de compor músicas que eu estou exercitando.
Chegue em casa, ouça Vines pra embarcar na viagem, feche os olhos e pense em tudo que você nunca parou pra pensar.
Agora implante aquelas imagens psicodélicas muito coloridas nas suas fotos favoritas, nos seus mundos favoritos.
Aumente sua música, a música que estiver saindo no momento.
Olhe para o relógio, espere a hora certa e pegue o violão.
Dê uma pitada de sentimentalismo, de angústias e de questões mal resolvidas.
Misture tudo em acordes deixando seus dedos trabalharem.
Pegue a caneta e a folha e misture todas as palavras num grande enigma.
Tudo pronto, chame seu pai pra ouvir, mande pra um amigo e deixe em repouso.
Depois que perceber que sua música parece com muitas outras que você já ouviu, engula tudo rapidamente e invente sua própria receita.